- A História -

Feedback: O Nascimento

No início do anos 70, um jovem baterista pendurou um anúncio no quadro de avisos da sua escola. Dizia esse anúncio que Larry Mullen Jr. procurava pessoal para iniciar uma banda. O primeiro a ser questionado sobre tal assunto foi Adam Clayton, não porque fosse um bom baixista, mas porque era o tipo mais baril que Larry alguma vez vira. Dave Evans, e o seu irmão Dick, apareceram no local das audições com uma guitarra caseira que dava um som porreiro à música. Mas nenhum dos dois sabia realmente tocar bem. Paul Hewson que também vira o anúncio, resolveu responder dizendo que era guitarrista, embora não fosse de todo verdade. Dick Evens desistiu, mas os 4 tipos continuaram fortemente ligados apenas pela sua música, que na realidade nem sequer soavam bem. Por essa altura Dave auto-intitulou-se "The Edge", Paul segui-o e auto-intitulou-se "Bono Vox" - que quer dizer algo como "Voz Perfeita" - que na verdade não o era. Nessa altura a banda chamava-se "FeedBack".



U23

Em Maio de 77, Paul McGuiness é contractado como manager da banda.
O seu primeiro "concerto", em Outono do mesmo ano, realizou-se na escola de Mount Temple, em Dublin. Durou 10 looongos minutos, mas o público ficou completamente alucinado. Trocaram o nome da banda para "Hype" e foi aqui que realmente se iniciou a vida de uma das melhores e maiores bandas do Universo. Em Março de 79 Adam foi corrido da escola, o que foi excelente para a banda, passando a dedicar-lhe mais tempo. "Hype" foi considerado um nome fatela, por isso os 4 rapazes decidiram alterar o nome pela segunda - e última - vez. Desta vez "U2" fora o nome escolhido. Duas razões levaram-os a tal escolha: a primeira foi porque Bono nascera na altura em que um avião U-2 se despenhara e fora notícia em todo o mundo, a segunda razão fora devido ao trocadinho "You Too". Assim, já como U2, participaram e venceram um concurso em Limerick que lhes valeu uma sessão na CBS (agora Sony Music) em que resultou "U2 THREE", o seu primeiro single que foi lançado apenas na Irlanda. Mas já continha a canção "Out Of Control", chegando ao Número Um na Irlanda.



Boy

Em Março de 80, Paul McGuiness ofereceu-lhes um pequeno lugar na editora Island Records. Aí fizeram os singles 11 O'Clock Tick Tock - o seu primeiro single, lançado em Maio - e A Day Without Me. E assim nasceu o primeiro álbum: Boy, editado em Outubro do mesmo ano. Este álbum fala obviamente sobre o crescimento e a perda da infância - Into The Heart, Stories For Boys. Mas o seu verdadeiro grande sucesso foi I Will Follow, não apenas na Irlanda, mas também na Inglaterra.



October

October, já soava mais profissional e pensava-se que este novo trabalho fosse a tão esperada consagração, quer pela crítica quer pelo público, dos U2 como banda. Infelizmente, devido ao roubo do seu bloco de apontamentos, que continha as letras para este novo trabalho, durante a digressão americana, Bono teve de recorrer à improvisação durante o ínicio das sessões para a gravação de October. Graças a Deus que Edge não precisa de notas - pelo menos em muitos casos, não mais do que uma.
Produzido por Steve Lillywhite, October revela-se um trabalho pleno de malhas de guitarra com poucas notas, um cunho personalizado dos U2, que após serem tratadas com reverbação criam o ambiente propício para as bombásticas exclamações proferidas por Bono, sem que no seu todo este trabalho perca o sabor inequívoco a rock.
Tem um som muito Irlandes e é ainda muito emocional - Tomorrow, With A Shout (Jerusalem). O fundo religioso nas canções torna-se mais claro, como em Gloria, que não só contem frazes em latim, como também fala sobre a nossa entrega a Deus, um tema que os U2 exploram noutros álbuns. Tal como a maioria das novas bandas que vê o seu álbum atingir o fabuloso Número Um, deste segundo álbum não saiu nenhum grande sucesso.



War

O terceiro álbum da banda é lançado em Março de 1983 e tem logo à cabeça Sunday Bloody Sunday, o "hino" dos U2. Esta é uma canção que - ainda - fala da Irlanda e dos seus problemas, do tal Sangrento Domingo onde várias pessoas foram mortas devido aos problemas religiosos que a Irlanda - ainda hoje - enfrenta. Neste trabalho continua presente muita emoçã,o em especial no que toca a partidas, chegadas e reinícios de vida - Seconds, New Year's Day, The Refugee. Também neste álbum, a presença divina não foi esquecida: 40. Este álbum atingiu o primeiro lugar do top britanico e chegou ao décimo segundo no top americano.



Under A Blood Red Sky

Gravado ao vivo no lendário concerto de Red Rocks - Colorado, EUA - em Junho de 1983, este é o primeiro trabalho ao vivo editado pela banda. O álbum sai em Novembro do mesmo ano e contem os maiores sucessos da banda até à data, à excepção de Party Girl, esta canção aparece apenas neste álbum.
O concerto também está disponível em video, e vale a pena ver, até porque, pessoalmente, acho este o melhor álbum ao vivo dos U2.



The Unforgettable Fire

Lançado em Outubro de 1984, este trabalho não atingiu grande sucesso, mas nem por isso deixa de ser um bom trabalho com belas canções como A Sort Of Homecoming, Pride (In The Name Of Love) e Bad.



Wide Awake In America

Este álbum não trás nada de novo ao trabalho da banda, é apenas uma pequena compilação de canções antigas, duas delas em versão ao vivo.
Até 87, a banda não edita mais nenhum trabalho, mas nem por isso os U2 estiveram inactivos, assim, em Julho de 85, fazem uma aparição lendária no concerto "Live Aid" no Estádio de Wembley - Inglaterra - esta memorável actuação não deixa Paul McGuiness e Bob Geldof indiferentes, pois estavam ambos nos bastidores lavados em lágrimas. Em Maio de 86 a banda volta a tocar ao vivo no "Self-Aid". E em Junho do mesmo ano os U2 participam na "Conspiracy Of Hope International Tour" juntamente com Sting, Peter Gabriel, Lou Reed, The Neville Brothers e Bryan Adams.



The Joshua Tree

A "Árvore de Joshua" foi sem dúvida um dos melhores, talvez mesmo o melhor álbum dos U2 produzido em estudio. Lançado em Março de 1987, os números são a prova de que este álbum é o melhor do que a banda fez até à altura. Finalmente os U2 atingem o número um dos tops americanos - With Or Without You - para este sucesso contribuiram alguns dos 14 milhões de álbuns vendidos. Se acha muito, veja por si o poder e a paixão de canções como: Where The Streets Have No Name, I Still Haven't Found What I'm Looking For, Bullet The Blue Sky, Running To Stand Still e In God's Country.
Este é um álbum obrigatório na discografia de qualquer amante de música, não fosse "Álbum Do Ano 1987".



Rattle And Hum

Outubro de 1988, ambos o álbum e o filme são lançados. É bastante visivel a influência que a música norte-americana - em especial blues e rock 'n' roll - tem neste álbum. Músicas como Angel Of Harlem, When Love Comes To Town - cantada ao vivo com B.B. King - Freedom For My People, I Still Haven't Found What I'm Looking For - cantado ao vivo com um coro de gospell. Estas influências também são visiveis no video, os U2 foram a Meryland visitar a casa do "Rei" - Elvis Presley - passearam pelas ruas de Harlem e foram a Las Vegas.
Todas estas influências marcaram este trabalho, que seria também o último que a banda faria neste género.



Achtung Baby

Novembro de 1991, os U2 iniciam uma nova era na sua carreira. O seu estilo é completamente diferente. Este trabalho é um ponto de viragem na vida da banda, destruíndo de certa forma todo o trabalho feito até à data.
As suas canções soam completamente diferentes - Zoo Station, The Fly - mas o álbum é excelente, muito poderoso e belo. Fala sobre o amor, relações terminadas, reconciliações, usos e abusos de pessoas: One, Even Better Than The Real Thing, Until The End Of The World, Who's Gonna Ride Your Wild Horses, So Cruel, Ultra Violet (Light My Way), Tryin' To Throw Your Arms Around The World, Acrobat e Love Is Blindness.
Muitos dos fãs não gostaram deste trabalho por ser completamente diferente do que esperavam. Os fãs da "velha guarda" esperavam um bom trabalho de rock and roll puro e simples, mas Achtung Baby foi tudo a que tiveram direito...
Eu fui um desses fãs, mas depois de ouvir o álbum, mudei de ideia: os U2 tinham mudado, tiveram a coragem de evoluir e foram bem sucedidos. A banda teve a coragem de saltar em frente, de avançar para o "próximo nível", e na minha opinião, foram bem sucedidos... Achtung Baby é um marco na vida dos U2, o ábum é espetacular.



Zooropa

Os U2 lançaram o álbum mais complicado da sua carreira - Zooropa - em Julho de 1993. Este ábum é um pouco diferente dos seus trabalhos anteriores. Aparecendo na linha de Achtung Baby, mas com um som mais "dance" - Lemon - à primeira vista parece que assim é, mas depois de uma "leitura" mais atenta, nota-se que este trabalho tem excelentes canções como Babyface, Numb, Stay (Far Away, So Close!) e Some Days Are Better Than Others.
Mesmo assim, muitos fãs ainda ficaram "zangados" com a banda, muitos ainda esperavam um "retorno às origens", um retorno aos "bons velhos tempos" do rock and roll puro e simples, mas desenganem-se, isso nunca irá acontecer. Com este álbum os U2 afirmaram algo, disseram em alto e bom som que continuaram a produzir álbuns neste novo estilo. Desenganem-se aqueles que pensam que os U2 voltaram às origens, a banda não vai parar de inovar.
Se és um dos fãs que diz: - "Zooropa é o pior trabalho dos U2 !", devias ouvir o álbum com mais atenção, verás que é um bom trabalho, só tens de o entender.
O álbum originou a Zoo TV Tour que teve honras de gravação em video, os fans estavam à espera que daí originasse um novo álbum ao vivo, mas infelizmente isso nunca aconteceu.



Pop

Com lançamento a 3 de Março, Pop é o álbum de Rock'N'Roll dos anos 90 para os U2. As guitarras estão de volta e as esperiências de techno e dance ficam quase limitadas aos CD-Single como Discothèque. Mas não se pense que este álbum é um "regresso ao passado", os U2 não param de inovar, e embora este trabalho seja um regresso ao rock "mais propriamente dito", é de notar as influências de Chemical Brothers e Prodigy, bastante visíveis em Mofo. Outra "inovação" foi a não participação de Brian Eno neste trabalho, a justificação é simples, a banda necessitava de do seu próprio espaço para desenvolver o seu próprio som, por isso foi necessário afastarem-se da influência do trabalho que fizeram em Passengers. As marcas mais visíveis de um "regresso ao passado" são a religião (tema bastante abordado pelos U2, em especial nos seus primeiros trabalhos) - If God Will Send His Angels, Staring At The Sun e Wake Up dead Man - e a "escola Beetleliana" - Last Night On Earth.
A "guitarra cantante" de The Edge e os jogos de palavras, característicos das letras de Bono dão a este trabalho o "toque mágico" do Rock'N'Roll.



Best Of 1980-90

Lançado em Novembro de 1998, este é um álbum há muito esperado.
Esta colectânea vem mostrar aos fãs da era pós Acthung Baby como eram os U2 antes de romperem com o rock "clįssico" e vem ao mesmo tempo "matar saudades", aos fãs da "velha guarda", do som U2 anos 80.

Este é um álbum indispensável a qualquer amante da música, independentemente de ser, ou não, fã da melhor banda do universo. Mais palavras para quê? Ouçam.



All That You Can't Leave Behind

Lançado em Novembro de 2000, este é um álbum ao melhor estilo dos U2!
Os temas predilectos da banda estão bem patentes em canções como Peace On Earth e Walk On. A sonoridade deste álbum parece uma mistura entre os sons da década de 80 com os sons pós-Achtung Baby.
Este é um álbum que a banda fez quase só por prazer.
"O álbum não possui um "tema" é apenas um conjunto de canções de que os U2 gostam", esta foi a maneira como Bono Vox descreveu All That You Can't Leave Behind. De certa forma este trabalho reconstrói o que Achtung Baby destruiu.



Best Of 1990-2000

Lançado em 2002, este é um álbum cujo lançamento era já esperado, embora com menos ansiedade que o primeiro best of.
Esta colectânea vem ao encontro dos fãs da era pós
Acthung Baby, efectuando uma colectanea dos melhores trabalhos que os U2 fizeram durante a década de 90.

Este é um álbum indispensável a qualquer amante da música, independentemente de ser, ou não, fã da melhor banda do universo. Mais palavras para quê? Ouçam.



How To Dismantle An Atomic Bomb

Lançado em Dezembro de 2004, este é um álbum que ilustra bem a forma de estar dos U2 na música e no mundo.
A sonoridade de algumas canções fazem lembrar de tal forma alguns dos melhores álbuns dos U2 (como por exemplo The Joshua Tree e Achtung Baby) que bem podiam fazer parte deles.

Este álbum transporta para a música, uma vez mais, uma forma de estar na vida.
De novo, Bono Vox deu a How To Dismantle An Atomic Bomb um toque pessoal e assim, um grito de desarmamento nuclear surge na forma de um álbum rock, ao nível do melhor a que os U2 já nos habituaram.